domingo, 11 de setembro de 2011

E quando algo se entranha em nós ?

                                                            15 de Junho 2009



Às vezes sinto que posso parecer um pouco esquisita. Tu detectas-me alguma loucura. Não sei se sabes que parte dessa loucura és tu quem ma desperta. Sei que podes achar que grande parte dos meus interesses não são propriamente os da maioria das pessoas de hoje em dia. Na perspectiva dos outros, de quem vê, de quem se apercebe, posso parecer um pouco delinquente, embora a palavra possa ser perigosa ou arriscada. Ambos sabemos o perigo que representamos um para o outro. O perigo, a tentação, o risco. Talvez eu esteja a cometer um crime moral…talvez me apontem o dedo, mas talvez o crime maior não seja meu. Este enredo não é novo. Mas interessa-me. Eu gosto disto.
Desta agitação. Deste frenesi que me invade. Do alvoroço no olhar e na voz. Das coisas fora do lugar. Do teu corpo no meu em lugares diferentes. De ti adormecido meu colo. De mim a dormir em ti. Das reacções previstas e das imprevistas. Do barulho das ondas. 
Da areia fina a sentir o nosso desejo.  Do nascer do sol observado por nós , e ele a testemunhar as nossas conversas. Da sensação de liberdade que é abraçar-te. De sentir o teu braço a pousar-me em cima do ombro espontaneamente. Dos teus olhos. Os teus olhos… Por vezes peço que não me olhes assim, porque vejo neles tanto de mim…e porque tenho medo que vejas nos meus tanto de ti. Para quem observa de fora, para quem vê do lado de fora da nossa pele, talvez seja inexplicável e estranho. Talvez se estivéssemos desse mesmo lado também fosse incompreensível. Mas nós estamos do lado de dentro, é na nossa própria pele que as coisas acontecem. E em vez de estranharmos, parece que nos entranhamos um no outro…
 

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